Nos dias de hoje a maioria das pessoas come mal. Uns comem de mais, outros morrem de fome e em muitos casos comete-se erros graves que podem resultar em doença. Daí vir a propósito a frase do médico Emídio Peres, que um dia disse: "Diz-me o que comes, dir-te-ei a saúde que tens."
O Homem, ao tomar consciência crescente destas situações, decretou em 1981 o Dia Mundial da Alimentação a 16 de Outubro. Na actualidade é celebrado em mais de 150 países como uma importante data para consciencializar a opinião pública sobre as questões relacionadas com a alimentação e com a nutrição.
Esta data assinala ainda a fundação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
O objectivo desta data é alertar a Humanidade para a difícil situação das pessoas que passam fome e que estão desnutridas e promover no Mundo a participação da população na luta contra a fome.
Nos Estados Unidos da América, 450 organizações voluntárias nacionais e privadas patrocinam o Dia Mundial da Alimentação e em quase todas as comunidades há grupos locais que participam activamente.
Durante este dia destaca-se em cada ano um tema que serve de base a todas as actividades. "A Segurança Alimentar Mundial: os Desafios da Mudança Climática e a Bioenergia" foi o tema escolhido para 2008.
COMIDA MOTIVA DESIGUALDADES
No dia em que o Mundo dedica especial atenção à alimentação, é bom recordar que este acto tão trivial, que permite a sobrevivência do ser humano, é o processo pelo qual o Homem obtém e assimila alimentos ou nutrientes para as suas funções vitais, incluindo o crescimento, movimento e reprodução do Homem.
Na linguagem corrente, alimentação pode definir-se como o conjunto de hábitos e substâncias que o homem usa, não só em relação às suas funções vitais, mas também como um elemento da sua cultura e para manter ou melhorar a sua saúde.
Este acto voluntário e consciente do Homem, através do qual obtém produtos para o seu consumo, é totalmente dependente da vontade do indivíduo.
Já a nutrição é um acto involuntário e inconsciente e abrange toda uma série de processos que se realizam independentemente da vontade do indivíduo. É o processo em que todas as matérias sólidas e líquidas levadas ao aparelho digestivo são usadas para manter e formar tecidos, regular processos e fornecer energia.
É um pouco à volta desta realidade que vale a pena reflectir e recordar conceitos e hábitos já conhecidos neste Dia Mundial da Alimentação (DMA).
As actividades do DMA têm como objectivo ampliar a tomada de consciência ao nível mundial num esforço para reduzir os efeitos de uma climatologia cada vez mais extrema na agricultura e o impacto dos biocombustíveis na produção alimentar.
Nesta data, a FAO realiza uma reunião do Comité de Segurança AlimentarMundial para avaliar a actual situação no Mundo e as suas implicações no futuro.
Durante o encontro, serão realizados diversos eventos especiais para se tratar de forma específica o impacto dos altos preços dos alimentos sobre a nutrição.
Questões de segurança alimentar e políticas adequadas para enfrentar a situação também são debatidas.
A cerimónia oficial do Dia Mundial da Alimentação realiza-se na sede central da FAO com a participação dos Estados-Membros, da sociedade civil e, pela primeira vez, com representantes da Associação Europeia de Ligas de Futebol Profissional (AELFP) e da Confederação Africana de Futebol (CAF).
Entre os numerosos eventos do Dia Mundial da Alimentação e TeleFood, figuram simpósios, mesas redondas, shows e uma teleconferência anual sobre questões alimentares ao nível mundial. Em Roma, realiza-se a 3ª edição da Corrida pelos Alimentos no próximo dia 19.
REFLEXÃO
COMER - UM HÁBITO
Alimentação é o conjunto de hábitos e de substâncias vital para o Homem.
NUTRIÇÃO, UM PROCESSO
Nutrição é um acto involuntário e inconsciente do indivíduo.
DIA DE AVALIAÇÃO
Avaliar a actual situação da alimentação no Mundo é o objectivo deste Dia Mundial.
PREÇOS EM ANÁLISE
Os altos preços dos alimentos será um dos temas tratados.
RODA DOS ALIMENTOS ORIENTA NA ESCOLHA
A Roda dos Alimentos é um instrumento de educação alimentar destinado à população em geral. A mesma foi concebida para orientar as escolhas e combinações alimentares que devem fazer parte de um dia-a-dia alimentar saudável.
Utilizada desde 1977, como parte da Campanha de Educação Alimentar Saber Comer é Saber Viver, a Roda dos Alimentos sofreu recentemente uma reestruturação, motivada pela evolução dos conhecimentos científicos e pelas alterações nos hábitos alimentares dos portugueses.
Mantendo o formato circular original, associado ao prato vulgarmente utilizado às refeições, a nova versão subdivide alguns dos anteriores grupos e estabelece porções diárias equivalentes, além de incluir a água no centro desta nova representação gráfica.
A nova Roda dos Alimentos é composta por sete grupos com funções e características nutricionais específicas: cereais e derivados e tubérculos – 28%; hortícolas – 23%; fruta – 20%; lacticínios – 18%; carne, pescado e ovos – 5%; leguminos"as – 4%; e gorduras e óleos – 2%.
No site da Direcção-Geral da Saúde estão disponíveis mais informações sobre a Roda dos Alimentos.
REGRAS PARA COMER
1. Utilizar alimentos de qualidade: limpos e frescos;
2. Tomar sempre o pequeno-almoço;
3. Incluir nas refeições alimentos de todos os sectores da Roda dos Alimentos, nas proporções por ela sugeridas;
4. Variar o mais possível os alimentos;
5. Não passar mais de três horas e meia sem comer;
6. Evitar alimentos com muito sal;
7. Evitar alimentos açucarados (bolos, rebuçados, refrigerantes, etc.);
8. Evitar os fritos ou ementas com muita gordura;
9. Consumir diariamente leite ou derivados;
10. Comer pelo menos três peças de fruta por dia;
11. Consumir produtos hortícolas no prato ou em saladas com abundância;
12. Comer leguminosas (feijão, grão) pelo menos duas vezes por semana;
13. Consumir diariamente sopa;
14. Preferir pão escuro (mistura de centeio e trigo), do tipo saloio ao pão mais branco (trigo);
15. Comer peixe pelo menos quatro vezes por semana;
16. Evitar consumir bebidas alcoólicas
17. Beber líquidos em abundância (água simples, limonada ou refrescos sem açúcar e infusões de ervas).
ALIMENTAÇÃO NAS CRIANÇAS REQUER AJUDA
O "Manual para uma Alimentação Saudável em Jardins-de-Infância" destina-se aos educadores de infância e ao pessoal directamente envolvido na preparação e fornecimento de alimentação às crianças.
Este manual contém informação básica sobre a alimentação saudável para as crianças em idade pré-escolar, designadamente: a importância da educação alimentar e os seus objectivos; alimentação e nutrição; grupos dos alimentos; distribuição das refeições e regras de higiene na confecção.