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Enfermeiras ensinam mães
23-06-2008
Correio da Manhã
  Ser mãe é uma alegria imensa, mas o peso da responsabilidade traz também muita angústia e incerteza, sobretudo na primeira vez. Para ajudar os pais a lidar com a nova experiência, as enfermeiras da Maternidade do Hospital de Santo André, em Leiria, criaram um serviço inédito de acompanhamento posterior à alta médica, que funciona 24 horas por dia.

   "Os nossos meninos são de ouro, por isso nós queremos que as suas mães se sintam seguras para cuidar deles e que não vão a correr para a Urgência ao primeiro choro", disse a enfermeira-chefe Cesaltina Sousa, dinamizadora do projecto "Buáaa", salientando que, nos dias após o parto, as mães estão frágeis e vulneráveis, precisam de partilhar as dificuldades e experimentam alterações de humor que "podem passar ou não".

   Em prática desde Maio do ano passado, o projecto "Buáaa" foi a forma encontrada pelas enfermeiras da Maternidade para apoiar os pais e o bebé nas primeiras dificuldades, ajudar e esclarecer dúvidas, medos ou ansiedades, orientar sobre os cuidados a ter em casa, apoiar e incentivar a amamentação, despistar complicações com o bebé e detectar de forma precoce situações de risco.

   Os casais são informados do serviço antes do parto, quando fazem a visita pré-natal ao Hospital, ficando a conhecer as instalações e os procedimentos. Depois, durante o internamento, a mãe é entrevistada por uma enfermeira, que procura conhecer as principais dificuldades, ansiedades e esclarecer dúvidas. E no dia após a alta médica, as mães são contactadas por telefone por uma das enfermeiras de serviço na Maternidade, para saber se precisam de algum apoio.

   As mães e outros familiares do bebé também podem, a qualquer momento, contactar a Maternidade do Hospital, pois "o telefone está sempre no bolso de uma das enfermeiras de serviço", explicou Cesaltina Sousa.

   ACOLHIMENTO A IMIGRANTES

O Hospital de Santo André, que no ano passado prestou assistência a 345 941 pessoas, 73 mil das quais com menos de 18 anos, foi distinguido com o prémio "Hospital do Futuro 2007/2008", pelo apoio dedicado aos estrangeiros, no âmbito de um projecto específico de acolhimento e de integração de imigrantes. Segundo a administradora, Alexandra Borges, "os profissionais deparam-se todos os dias com as dificuldades de comunicação, escassez de informação e desconhecimento social e cultural dos imigrantes", o que veio a exigir uma intervenção "activa" no seu acolhimento e integração. Para isso, foi criada uma bolsa de tradutores e os impressos são em várias línguas.

   O BANHO DO BEBÉ É UM MOMENTO ÚNICO

O banho é um momento único e de grande intimidade entre os bebés e os pais, mas nos primeiros dias surgem receios, que podem ser vencidos com a ajuda das enfermeiras. Assim, o difícil torna-se fácil.

   "AGORA É FÁCIL PERCEBER O CHORO" (Rita Ferreira)

A Maria nasceu no dia 11 de Abril, na Maternidade do Hospital de Santo André, em Leiria. A mãe, Rita Ferreira, considera a filha um bebé "muito dinâmico e activo", pois dorme muito pouco. "No princípio assustava-me, estava à espera de que ela dormisse 12 ou mais horas, mas depois de falar com as enfermeiras percebi que não havia qualquer problema", disse Rita Ferreira, revelando que já utilizou a linha "Buáaa" "várias vezes".

   Na sua opinião, trata-se de um serviço "muito útil, pois até à primeira consulta no pediatra surgem muitas dúvidas. Além disso, o apoio é prestado por profissionais que têm a informação certa e que estão disponíveis a qualquer hora".

   Para Rita Ferreira, o mais difícil foi perceber por que é que a Maria chorava: "Agora é fácil identificar ou perceber a razão do choro, mas nos primeiros dias estava tão cansada e preocupada que entrava em desespero", contou a jovem mãe, que não se cansa de elogiar a "ajuda preciosa" das enfermeiras da Maternidade do Hospital de Leiria: "Elas são o nosso anjo da guarda, não só enquanto estamos internadas, mas também depois de voltarmos para casa."

   O parto deixa as mães muito vulneráveis, como aconteceu com Rita Ferreira, que recorda um dos dias do internamento: "Senti-me supercansada e dei por mim a chorar, sem saber o que fazer, até que uma enfermeira se apercebeu, veio ter comigo e disse-me para ir descansar porque ela tomava conta da Maria. Foi um alívio enorme poder dormir descansada, sabendo que a minha filha estava em boas mãos."

   PERFIL

Rita Ferreira tem 29 anos e foi mãe pela primeira vez em Abril. Reside com o marido, Rui Ferreira, de 25 anos, em Riachos, concelho de Torres Novas. São ambos chefes de secção, mas em duas empresas de distribuição diferentes e concorrentes. A gravidez foi acompanhada por uma médica com consultório em Torres Novas. A Maria foi um bebé muito desejado, por isso os pais estão a viver este período com muita felicidade, desfrutando de cada gracinha da filha.

   AMAMENTAÇÃO

O ambiente deve ser tranquilo, para haver uma boa comunicação entre a mãe e o bebé. A mãe deve colocar-se numa posição que seja confortável para ambos.

   CHORO

Os bebés choram sempre, pois usam o choro para comunicar com os adultos. Muitas vezes não está associado a causas físicas, mas à necessidade de afecto e de segurança.

   SEGURANÇA

A cadeirinha para transportar o bebé em viagem deve adequar-se ao seu peso e idade e estar bem colocada no carro para minimizar os efeitos de eventuais incidentes.

   TENHA EM ATENÇÃO

ALIMENTO COMPLETO



   Durante a amamentação, o bebé não precisa de ingerir qualquer outro líquido, pois o leite materno é um alimento completo. Além disso, proporciona um bom desenvolvimento do bebé, aos níveis biopsico-sociais.

   MIMOS

É importante tentar perceber por que é que o bebé está a chorar. Pode ser cólicas, frio, calor, roupa desconfortável, fralda suja ou pode apenas querer ser mimado.

   VIGILÂNCIA

As crianças não devem ser deixadas sozinhas, pois essa é a única forma de prevenir acidentes, nomeadamente em casa ou nos locais onde costuma ir brincar.

   GRAVIDEZ A DOIS

A participação do pai no acompanhamento da gravidez, no nascimento e nos primeiros dias de vida do bebé é fundamental. Pode e deve colaborar em todas as actividades da vida diária, mesmo que a mãe assuma um papel mais activo. Toque, abrace, converse com o bebé, para se aproximar dele e o fazer sentir seguro e acarinhado.


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