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Para os pais…
Junho, 2007
Dra. Vera Ramalho - Psicóloga Clínica

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A maior parte dos pais recordam-se, quando ainda não tinham filhos, da facilidade com que se projectavam no futuro enquanto educadores. Era com a determinação de um expert que juravam que quando fossem pais nunca fariam "as figuras" dos seus amigos ou parentes porque iriam educar o seu filho "como deveria ser"... Até que um dia acontece o nascimento de um filho e esta determinação facilmente entra em conflito com dúvidas sobre a maneira "mais adequada" de impor disciplina e o respeito pelas características e necessidades da criança.

É preciso ter em conta que ser pais hoje em dia é, de facto, diferente do que era há uns anos atrás, por motivos económicos, sociais e culturais. A sociedade evoluiu e é preciso acompanhar as mudanças impostas, tendo sempre em conta aquilo que se considera melhor para cada um.

É inevitável que algumas vezes as crianças contrariem as nossas expectativas e que tentem avançar os limites, é sinal que estão a crescer e a tentar descobri-los. Os pais têm um papel importante nessa descoberta, estabelecendo regras, guiando e direccionando os comportamentos das crianças e explicando as suas consequências. Isto não significa não deixa-la explorar, pelo contrário, ao definir até onde a criança pode ir promovem o seu sentimento de previsibilidade e segurança, tornando o mundo mais seguro para explorar. Se os limites e as consequências do comportamento estiverem bem definidas a criança sentirá que é mais fácil tomar decisões acerca do que fazer.

Os problemas de comportamento surgem quando são permitidas atitudes como as agressões físicas e verbais, a ausência de respeito pelos outros, a não obediência e o desafio, ultrapassando a fronteira do respeito.

Naturalmente, estes comportamentos só devem ser considerados graves quando são realizados muitas vezes pela criança e durante muito tempo, uma vez que é esperado que a maior parte das crianças na primeira infância apresente comportamentos de oposição.

Tolerar comportamentos inadequados chama atenção para a necessidade de questionar o modo como esta ideia pode interferir na relação dos pais com a criança, dando poder aos problemas de comportamento. Ao permitir tudo à criança, os pais colocam-se numa situação irónica: aceitam tudo, mas não dão muito à criança. Ou seja, não favorecem a descoberta do respeito para poder ser respeitada, nem a ajudam a gerir emoções, a desenvolver o auto-controlo e a resolver problemas de um modo não agressivo.

Não é preciso recorrer à punição física ou aos métodos de antigamente para educar uma criança. Os pais podem encontrar formas mais construtivas de educação que proporcionam o desenvolvimento de uma relação aberta e saudável com a criança.

Não existe uma fórmula mágica, principalmente tendo em conta que cada criança tem o seu temperamento e no dia-a-dia as situações são diferentes de um momento para o outro. Contudo, às vezes é importante questionar para compreender até onde determinadas crenças, pensamentos e atitudes podem conduzir a relação entre pais e filhos: Ao permitir tudo, o que estou a transmitir ao meu filho? Como ele vai agir das próximas vezes?, O que vai pensar sobre si próprio e sobre os outros? O que vai pensar sobre mim enquanto pai/mãe?
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